segunda-feira, 23 de abril de 2012

lendo, george eliot

«...sentia-se como se a sua alma se tivesse libertado do seu terrível conflito; já não lutava com a sua dor, mas podia tê-la ao seu lado como uma companhia constante e compartilhar com ela os seus pensamentos. Porque os pensamentos agora acorriam em grande número. Não estava na natureza de Dorothea deixar-se ficar, para além da duração de um paroxismo, na cela estreita da sua infelicidade, na aflição aturdida de uma consciência que não vê na sorte de outrem mais do que um acidente da sua própria sorte.

...
E decidiu que a sua dor sem remédio, em vez de tolher as suas forças, deveria servir para a tornar mais útil.»
George Eliot, «Middlemarch»