quinta-feira, 21 de outubro de 2010

calçada de rua

Empurro-me para a frente, mas demoro-me ainda nas curvas. Agora não posso sair tão cedo para abraçar o meu canino, mas o tempo passa a correr sem o peso de antes. Gosto do cheiro a livros, quando chegam fresquinhos em caixas de cartão, mas surpreende-me a avidez de alguns por os ter, só por ter, só porque são novidade ou estão nos tops. Engraçado ouvir a Isabel Silvestre a cantarolar ali na sala atrás, e perceber o ligeiro ruborizar de uma colega que se emociona ainda, como eu, com o espontâneo. Tenho a pele das mãos secas, o polegar sem pele, pela quantidade de envelopes que encho de livros e envio a alguém. Não este não é ainda o sonho. É o possível. E quero plantá-lo de mansinho.
Fui caminhar cedo pela cidade, ainda sem gente, a amanhecer. De repente descobri o chão.